terça-feira, 6 de dezembro de 2011

  A vontade de quebrar as paredes chega na hora mais importunas. Eu tenho que tomar meu leão interno como se eu não pudesse realmente sofrer por ninguém. Eu vejo todos indo e voltando da minha vida, e por mim mesmo eu penso que está sendo melhor me conter.
  Eu me contenho bem, eu vejo os olhos e esqueço quem você é, só para ficar do seu lado. Eu finjo amor platônico por quem eu nunca iria encontrar no que é real. Eu já fui quente, te daria os abraços que poderiam te proteger de todo o frio desse mundo. Mas sentimentos se tornaram fingimentos e aos poucos foi se banalizando, agora eu só tenho que fingir perfeitamente que tenho mais dentro de mim, e eu não sei se tenho.
   Eu me tornei forte, mas duro. Nunca desejei me tornar mais forte, eu gostava de ser fraco, contando que nossa fraqueza fosse nossa, como complementos da fraqueza de um para o outro. E agora que sou forte, tenho raiva. Eu tenho raiva, e a vontade de quebrar as paredes. Nas horas mais importunas, e a principal força: chorar quando estou sorrindo, quando estou sozinho em qualquer canto desse apartamento, no silêncio.
   Nós podíamos ser perfeitos, mas só fomos capazes de ir até onde deixamos, sem nunca se saber o que aconteceria se tivéssemos tentado arriscar mais.
   O que é todo o prazer do mundo para alguém que já não sente nada, nem a dor, nem o prazer. Eu não gostaria de me sentir forte, se eu soubesse que isso me faria insensível. Eu agradeço por poder chorar, pois me sinto de novo como se tivesse sentimentos. Eu finjo muito bem estar bem, quando não estou.
   Eu podia ter aprendido, dentro do que considerávamos amor, a te amar. Mas os tempos de apenas alguns minutos foram suficientes para perceber que existe mais dentro de mim do que o que você pode chegar.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Graça

   Diante de tantos corpos, entre fins de semanas que eu me perco entre vários amantes que hora e meia estão pensando em mim nos seus dias corridos. Perto de tanto por tão pouco, quem eu sou?
   Um deles foi o menino do crucifixo, que já perdera o encanto, e eu juro que ainda não descobri a intenção de possuir tanta paixão em um coração quando não se sabe ao certo como se sentir acolhido.
   Eu não possuo um coração de gelo, mas talvez agora eu o tenha com uma etiqueta de preço, um preço que nem eu sei até que ponto é alto ou baixo. Que sempre muda, e que nunca é pago.
   O ciclo varia muito de interesses, afinal o que adianta tantos rapazes e não dar a eles também o preço devido? O mais alto preço, eu o encontrei?

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Que dessa vez deixe marcas, porquê não quero esquecer. Na verdade, não sei se quero sobreviver.
Nem quero esquecer o gosto das minhas lágrimas, eu estou chorando por nem ver o amanhã, e me pergunto se eu, da ultima vez que chorei, tinha um sentimento assim.
Falsa depressão, de mim e de todas as partes em que eu acredito que não venha me fazer apaixonar. Sei que ficarei só de qualquer jeito, e ao mendigar atenção, estarei sendo o que fui antes.
E morrerrei mesmo vivo, minha alma voa enquanto padeço em pé, as lagrimas não irão pesar em meu rosto.
Envelheci pensando e mentindo para mim sobre você. Porra, eu ainda não creio na merda do horóscopo.
Merda, eu ainda quero acreditar em palavras.
Merda, de novo fui passado para trás.
Vou me foder, não sei como.
Merda, seja meu.
Choques de realidade, duras e frias. Eu vou me tornar a pior pessoa do mundo, e você não terá orgulho de mim. Você nunca teve nada de mim e eu quero agora que você me odeie.
Arranje alguém que vá te massacrar de verdade. Parabéns, ficarei em casa.
Tomarei um café só, que eu mesmo fiz. Tomarei e chorarei ouvindo a ultima musica que você ouviu antes de sumir, e sei que sou o melhor para você, pois você é feio e está só.
Estaria bem acompanhado, o que quero mais? O amor? O amor que não existe.
Amor não existe em fatos. Nem em respaldo, o amor me fez de idiota, como se eu não soubesse que idiota eu sou.
Foda-se. Vá a merda. Tudo que você pensar depois que disse que não é recíproco.
Nunca olharei no seu rosto, nem mesmo comprimentarei. Não sou educado, nem elegante, sorrirei e direi: "Awn que lindo, vá a merda." - E é por isso que perderei tudo que há de humano em mim.

domingo, 25 de setembro de 2011

Cronicas de Recife

Mãe, eu não acredito mais em Deus.
Na verdade, eu deixei de falar com Ele muito antes de realmente virar um descrente.
E eu sei que, a cada dia, Ele ainda acredita mais em mais em mim.
Mãe, Deus chora? Ele choraria pelo que eu já fiz? Ou ele apenas olha para os pobres nas ruas e para os doentes no hospital?
Eu estava na rua, e era de noite. De noite, como sempre.
E eu subi as escadas e entrei em outra dimensão. As garotas vendem seu corpo, os rapazes se beijam e a bebida é servida em copos de plástico.
Você já se sentiu preso na sua dor de uma forma que até o inferno lhe parece familiar?
Eu saí, as escadas desciam sobre meu pé e só me perguntava. "Deus, se você consegue entender a mente de todos ao meu redor, porque eu não consigo entender a minha própria?"
Sentei por fim, no fim da calçada, debaixo da ultima arvore. E como pela primeira vez, eu dormi enquanto o sol nascia.
Acordei, sobre o clima urbano, os carros passavam e as pessoas se vestiam novamente dos seu ser de "aparência comum" e saiam.
Um garoto com crucifixo amarrado em punho, contra o sol que vai entrando em pico.
Involuntário. Seria Jesus?
Mãe, onde estaria Deus enquanto eu beijava o garoto com crucifixo em punho?

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Honesto?

Não era para ser tão perto, não era para ser tão frio.
E agora não há respsota, nem invasão. E os valores se invertem. Já estou marcado demais, a maquiagem não cobre mais as feridas do meu rosto. As lágrimas já escorreram tanto que cavaram minha face, o suficiente para perceber que não adianta esperar.
E não está certo me conformar, mas eu me conformei.
Aprendi a não olhar no rosto de ninguém, para que não se veja para sempre. Aprendi que podem capturar minha alma apenas com um toque. Quanto da minha alma já perdi?
Aqui passou um fantasma, do que eu era, do futuro que eu seria se eu ainda fosse: O alvo muda, mas o erro permanece. Eu odeio escondido, e sorrio e julgo não odiar ninguém.
E aprendi a deixar que os outros me julguem, para assim ficar mais fiél ao réu, para nunca ser o advogado, e sempre o acusado, e ora ser culpado, ora ser inocente.
Estou aprendendo a soltar os instintos, e a amar os felinos, por que não? Estou aprendendo a perder tempo, e não mais correr para ganha-lo. Aprendi a sorrir para o destino que já me fez chorar.
Liberdade para ser direto. O que me fez afastar de você hoje são como chão que já passei e desmoronou.
Veja bem, que hoje estamos na estaca 0.
Você 0
Eu 0

sábado, 6 de agosto de 2011

   Eu faço uma oração, e tento não desistir de mim. Me conhecem e me olham tão feio, eu não tenho espaço entre tantos rostinhos bonitos. E se me vêem e acham que conhecem tudo de mim, de repente estou quebrando em poucos pedaços.
   E respiro, e fico no chão frio, olho para o teto branco e repito algumas vezes que isso não é o fim. Tanto faz se eu distorço a visão das coisas ou se estou tentando correr pra o lado de quem irá me largar.
     Fecho os olhos e sinto minhas molas estrapolarem, e se hoje eu não sou mais, esperem. Me vejam ressurgir do nada, deixem me dá motivos para ser alvo de atenção. E serei aquele ator que não quer que o show acabe, serei o ultimo a sair da grande festa que é minha vida. E vocês podem estar no mesmo espaço que eu, mas dentro de mim ainda existem forças para manter essa grande massa de energia ruim longe de mim.
    Eu quero ter a capacidade sempre de mudar. E eu mudarei por isso.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O palhaço entediado.

Quando a chuva para de cair, e tudo que resta é o frio e o barulho da cidade acessa,
eu me sinto novo, um velho novo, um conceito que ainda não foi definido
Quando o que resta é um dia em vão, no correr de quem já não tem pressa,
me vejo ressurgir, me vejo pronto para tudo que vem de dentro.

E eu sei que é pessimo sair sem saber como voltar,
mas sei que partir é a unica forma de continuar, 
sem mais noite em claro, sem saber como será,

Procurando realidade no plastico,
procurando movimento no estático,
eu vou além, não espere por mim
uma cadeira na mesa vazia
o som do sol ao meio dia,
eu quero voar pra fora de mim.



     Versos improvisados voando por um parque de diversões vazio. Eu sou mais um desses que fica aqui quando toda a diversão já acaba.
     O palhaço sem a mascara, que já não tem graça. Ninguém vem visitar o palhaço depois que o show acaba, todos adoram o palhaço, niguém gosta do palhaço.
    Mãe, pai, todos já se calaram, cabelos presos, eu não preciso de seu amor.
     Olhando pelas ruas da janela desse trailler arrombado, fumaça vindo das chaminés que nunca param, a cidade é um grande picadeiro. A mulher vem puxando seu filho pela rua, enquanto anda com medo do frio sinistro que circunda o local.
     O velho bebêdo cái na rua, o bom banqueiro passa e vira a cara. "Oh, o bebêdo. Oh o banqueiro".
     Um grito forte, sangue de quem não se sabe. Eu sou apenas um palhaço.
      Deixe-me rir da tragédia lá fora.
      O homem corre com a vaga na mão e pergunta: "Onde devo ir?"
      "Onde quer ir bom homem?"
     "Qualquer lugar que me salve."
      "Vá por ali."
     Sem olhar, o homem corre. O polícial barrigudo chega.
     "Olá bom palhaço, o que faz a essa hora na rua?"
     "Nada" Sorri o bom palhaço "Nada, defensor da lei"
     "Apenas tome cuidado, um mániaco pecorre essas ruas"
     Um grito no ar. Um homem que corria por uma rua que dava para um desfiladeiro acaba de tropeçar e cair, o que lhe resta é a cabeça aberta.
     "Ops"

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Em seu nome

     O tempo corre na minha cabeça. As cicatrizes que não se apagam, os medos que só me levam pra beira, o silêncio da noite. Os amigos que toda hora morrem entre as linhas que o destino escreve.
     Hoje eu não sei se queria saber meu nome tão bem, e nem mesmo os pesos das coisas que fiz por onde passei. Pelas pessoas que conheci, as que preferem nem mesmo lembrar meu nome e o sublime nada que vem da noite, junto com seu silêncio.
     Barulho, e ver o suor dos corpos pegando fogo por dentro. Hoje eu sei o que desejar e ter, só perdendo pelo então saber do que é ter e perder. Se eu desejo e tenho, tenho e perco.
    E mesmo que ele diz "eu poderia ficar aqui para sempre.", eu sei que o sempre termina quando ele estiver sóbrio. Mesmo que ele fala o quando me adora, e de como as coisas aconteceram até aqui, por mais que fique o gosto, o toque, acaba até o ponto que dizemos "até, logo." um para o outro.
     É ser forte tentar continuar e fugir dessas tentativas fixas de não saber mais o certo que destino quer dar para as próprias emoções? Talvez. Faz tempo que não consigo entender isso, se no fim eu realmente estou preparado para recomeçar os laços entre mim e quem seja, ou se tudo que me resta é ficar velho e continuar agindo como se nada mudasse.
     Eu penso em mim, em mim, em mim. Como não pensar? Em mim como minhas coisas, como o que eu quero. Eu devia sim agora me preparar para querer sempre mais, em vez de me prender ao que não dura, ao que me escorrega das mãos.
       Fica na memória eu e você, o mar enquanto amanhece, o frio na sua tentativa de me aquecer, e sua voz que não diz nada e absolutamente tudo.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Talvez um céu estrelado

    O que falar, depois desses dias? Da solidão, dos dias frios, mesmo acompanhado. De ver você passar por mim e não ser mais quem você enxergaria. De por onde estive sem que ninguém soubesse, por onde eu estou me perdendo, dessa vez.
    Eu parti em um taxi, e não era tão tarde. Estive com um dos meus. Era antigo, era gracioso porém eu já não era um dos dele. Ele se tornou quebravel, igual aos outros objetos que já narrei.
    Será, Senhor, que algum deles ocupará o espaço ou terei que viver com esse vazio no peito? Ou será que eu me fechei para que ninguém mexa nessa brecha que ficou aberta? Os amigos ainda me restam, para não pensar mais naqueles que só tentam me afundar, e eles se tornam minha força, mesmo quando sei que eles podem se desmoronar.
    E aqueles com quem estou quando ninguém sabe se tornam de certa formas peças, objetos que fazem sentido quando estão arrumados no lugar certo. Eu olho o céu estrelado desse que já não é mais o que poderia ser, em seu quarto escuro, e ele permanece a brilhar. As estrelas falsas brilham como verdadeiras e se tornam ainda mais especiais que as originais naquele momento.
    Eu me pergunto se agora eu sou uma forma artificial de "pessoa", se eu ainda sinto as mesmas emoções de alguns anos atrás. Se estou perdendo as lembranças de como é sentir vivo por estar amando ou se sentindo amado. Eu posso fazer meus planos para fazer que gostem de mim, mesmo por uma noite, mas nada vai além disso. Nada. Tudo congelando entre mim e qualquer brasa em meu peito.
    Mas algo muda, as vezes, como tudo na minha vida que muda quando parece que estou seguindo uma reta   "normal" de regras, uma curva vem e eu sinto mudar de rumo, voluntariamente. Eu caminho com ele pela rua vazia, entrando em casas que não possuem nome, ruas que fazem círculos e falsas sensações de afeto pela noite. E quando ele diz que "não queria outra pessoa naquele momento", movido por também uma "involuntariedade" do momento, eu pareço vivo. Mas nada além do fato de estar em certo espaço, mas ainda longe. E ele não é ninguém, mas a força das palavras ainda existe para mim.
   Pelo menos a força das palavras.
   Será que você vai lembrar amanhã que disse para mim ou vou ter que guardar isso só na minha cabeça?

sábado, 18 de junho de 2011

Madrugada de sábado que acabou cedo

  Cheiro de Malbeq, eu caminhando pelas ruas a meia noite. Ando por ruas cheias, ando por ruas vazias.
  Hoje era apenas um dia para cozinhar com os amigos, sair pra beber uma cerveja.
  Caminho torto, banho demorado. Tentando tirar um perfume horrivel de mim.
  E que fique claro que daqui em diante as coisas começam a se estranhar.
  6 da noite.
  Eu e um bom amigo andando juntos, destino: casa de TD. Aqui, usarei esse nome.
  E lá fomos: som alto, cerveja de graça, o quarto entregue e bagunçado. Nós trés ouvindo musica e as vezes eu com tédio, as vezes eu dançando com picos de alegria.
  No meio da bebedeira, sinto ele esquentando: Está bebado o suficiente pra tentar algo comigo sem medir as consequencias. Grosseiro, pegando achando que está sendo incrivelmente "foda para mim". Não está.
  Desvio seus beijos com assunto qualquer, canto, olho pros lados. Nada adianta, ele está forte. Acabamos na cama dele, virando e virando, nada com nada em si. Apenas dois corpos nus, em beijos rídiculamente assustadores e um pouco de força bruta de um bebado que não sabe o que faz com o outro.
   Me levanto, vou até o banheiro de cueca. Meu outro amigo está lá e se surpreende com a cena. Ele vai embora, e eu digo: "me leve, não quero ficar aqui com esse cara." Esse cara. Quem é esse cara?
    Já fiquei com ele, já estive colado outras vezes com ele nu em meu corpo. Todas as vezes foi o zero a zero: ele é muito fraco. Inexperiente, ele revelou: era o primeiro cara dele. Ele tinha ficado com outros, mas era o primeiro a cruzar as medidas do ficar e do estar dentro.
    Permaneci depois sem ficar com ele. Na verdade, até agora, sempre fiquei com ele depois que ele me tava algo em retribuição. E quando eu o vi pela primeira vez, olhei para aquela jaqueta de couro e falei: Que jaqueta. Agora eu a "tenho". A jaqueta. E agora não sei mais pelo que estar com ele.
   Mas ali estava, bebado de graça na casa dele. Mas de fato, não queria dar para ele. Estava com medo do jeito insistente que ele me tratava, então o empurrei forte e o fiz deitar, subi nele e falei: Ouça aqui, eu não vou dar para você.
   Ele fez um "tanto faz", e quando percebi estava eu fodendo ele, o que foi absurdamente estranho. Sinto pena do coitado que se apaixonar por mim e não ter nada para dar em troca. Seu coração não vale muito, sua beleza é pouca, mas enquanto tiver algum dinheiro para gastar comigo, o preço será justo.
  Ele mordia enquanto chupava, e eu o puxava e batia, ele pedia para enfim o penetrar, não aquentava e tirava. Ficamos assim por horas, ele cedeu e ainda engoliu.
  Garotos virgens continuam se atraindo por mim.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

      Explicar pra mim mesmo: Estou bem, estou bem.
      Olhos que voltam a te encarar, sensação total de vazio. Eu não quero ser como os outros, mas eu não quero ser igual também. Eu sou alguém agora, que está com vários, não está com ninguém, quem eu sou afinal?
     Eu sei que não sou alguém que não tentou. E levei os tapas mais estranhos e mais variados na cara, eu senti o gosto do chão. Um deles está sendo enganado de novo e de novo por alguém que nunca será eu. Outro simplesmente sabe o que sinto e não está comigo. Eu não amo os dois, eu quero amar um deles.
     O gosto amargo de quem tenta beber e esquecer, e viver. Solidão, é você de novo? De novo e de novo, tentando tapar buracos, tentando parar de pensar. Eu gosto de você, eu te odeio. Qual é meu desejo afinal, e qual é o preço que tenho que pagar pra ele se realizar? Hoje é eu em um plano a, amanhã eu em um plano b, até quando eu terei que ser algo que não sou. Eu queria ser como meus amigos, cultivar sentimentos entre a maldade e indiferença, mas me sinto como um total emotivo, quente e humano.
    Tenho que decidir o que eu quero, tenho que decidir o que não quero.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Eu sou uma infecção

      Erro, erro. Repito mil vezes. Erro. Como se eu fosse uma parte do seu jogo que não era pra estar alí. Como se eu fosse um inseto comendo seu cérebro. Eu repito mil vezes, mais mil, antes que a dor acabe. Meus olhos chegam a sangrar, nesse momento nem mesmo sinto meu corpo se mover. Erro.
      Eu ando pelas ruas, elas permanecem vazias. Você só observa, eu sou um erro no seu plano. Você assiste com horror eu destruir toda e qualquer possibilidade do seu sucesso.
      "I am a infection ,I am a disease, there is nothing you can do to stop me."
       Entenda, eu sou uma infecção. Eu sou tudo aquilo que te corrói. Sou uma bactéria. Eu pareço doente?
        Alarmes de incêndio, tudo pela casa voa. Como se mata alguém por dentro?
        "Coma-lhe os orgãos, mate sua alma"
         Olhos negros, escorrem pelo chão imundo. Luz fraca, cordas amarradas entre nós. Por que está chorando?
 

domingo, 22 de maio de 2011

De novo você

    Por que de novo eu estou tentando matar você?
    De novo, de novo, diferente. Eu e você ali pertos, olhando você de longe, respirando você de longe. Desejando que tudo na minha vida seja diferente.
    Um copo de Vodka, alguns passos, passar por você, encarar você. Você lembra de mim? E não existe resposta, não existe nada dentro de você que diga que existo para você.
   Você está onde você mesmo disse que eu nunca seria bem vindo. E eu também estou lá, mas estou no topo, em cima de um palco, fazendo aquilo que você até tentou impedir que eu fizesse. E eu, realizando meus sonhos, mas desejando que você estivesse aqui, para me abraçar quando meu show acabasse e dizesse "você foi incrivel, meu garotão".
     Possibilidades Infames. Eu deixei você por um mundo de sexo, alcool, para me encontrar, e tudo que eu consegui foi perder você. Você nunca olharia pra mim, porque eu sei que pelo que fiz, nem eu olharia para mim mesmo. E o que eu faço quando eu olho para você e me vejo? E o que fazer quando beijo todos os garotos e garotas da festa e só tento fugir, correr, chamar sua atenção, me atirar em um suicídio emocional?
    O fato é que você se perdeu, em sua pureza, em tudo que eu achava bonito. Agora você fica e beija caras, quando eu fui o primeiro a te beijar. Agora você descobriu que é um homem, você e eu crescemos, separados, como duas flores da mesma espécie que vivem em jardins diferentes, e para ficarmos juntos, só arrancando fora nossas raizes.
     Eu supero você todos os dias da minha vida, quando eu acordo, eu te mato dentro de mim, mas quantas vezes te matar e te ver na minha frente? Eu não posso mais ficar em depressão, eu não quero voltar para as noites chorando sozinho, ou tentar de toda a forma acabar comigo. Eu e você somos agora impuros, somos fortes, e eu estarei sempre lá no topo, onde eu lutei para estar, mas desejando estar com você lá embaixo.

sábado, 21 de maio de 2011

    Eu olho, entre olhos e tentativa, por amenas seu olhar. Por quanto tempo respirar você: Adorar você enquanto eu me vejo com outros caras pra tentar encontrar você. E minhas lágrimas só surgem quando meu show acaba. Eu não sei em que colocação no ranking da sua vida eu estou... Eu te machuquei, eu me machquei, eu peguei uma faca e me espatifei em mil pedaços, sem mesmo eu notar. Eu busquei sonhar com tudo, e percebi que o tudo é nada.
   Olhe pra mim, me encare, diga no meu rosto que acabou. É duro terminar comigo? como é estragar a minha vida? VocÊ diz, olha pra mim, me respora como quem diz que supera. Eu quero superar, eu quero vivercoo vc, sempre olhando o suficiente do poder de estar bem. Eu quero estar bem

sábado, 14 de maio de 2011

Pela falta de sono

    Eu quero ser sua ultima lembrança.
     Um banheiro escuro, em um metrô na madrugada. 
     De quem é esse sangue, no fim de todas as coisas que aconteceram até aqui? Um estalo entre as anotações do meu cerébro e as pinxações por entre as portas. "Por que não tive coragem? Por que não tenho coragem?"
    Garotos na rua, trafico de corpos. Eu não serei vendido essa noite.
    Parta-me enquanto estou intacto, enquanto eu continuo buscando os restos de um apartamento queimado.
    "Levante-se, pela ultima vez." Não adianta estar vivo com um coração em pedra por dentro.
    "Ele não falará com você, sua voz é o sopro para o seu fim." Estou eu correndo pra minha destruição?
    "Todos aqueles que eu amei" - Você nesse ponto diz: "Eu os amei." Vale o amor o preço de uma vida?

    Estão mortos.
Eu estou morto?
Dentro de mim, dentro de você. O que te faz andar?
    Se existir o mínimo, para mim, fugir de um cotidiano armado, pela estrada cinza, pelo suor do corpo. Eu atrás de você, mas não por você, mas não por mim, apenas pela incapacidade do destino de nos unir.
Meu amável serial killer. 

   

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Valentino Perdido

   "Todos os que eu já amei estão mortos agora, alguns eu mesmo tive que matar."
    E foi somente isso que ele disse pra mim, e partiu pela porta. Era algo forte, o impulso de correr por aquelas escadas e impedir que de novo ele fugisse da minha vida. Mas a verdade é que, teoricamente falando, minhas próprias mãos estão sujas do sentimento dos outros.
    Psicopata sentimental, eu diria, enquanto mais uma vez sentava diante do celular, mas dessa vez era diferente. As roupas dele espalhadas pelo dessarumar da sala, todas as poucas palavras que foram ditas na noite passada.
   Ele por fora, vivo e quente, mas por dentro estava trancado. A chave eu nunca vi, mas nem mesmo ele pode dizer que não a procurei.
   "Se você me deixar agora, eu juro..." soluçei, perdendo de novo a estabilidade emocional. "Eu juro que serei mais um, mesmo que você nunca tenha me amado de verdade, mas eu serei mais um dos mortos que você deverá levar consigo em lembranças."
     A mão tremula, segurando cada lembrança. Sim, haviamos sorrido, e eu o via enquanto o mundo girava através da minha mente, o via tão humano e ao mesmo tempo tão não-ser.
     Juntei suas coisas, dessa vez eu sabia, ele nunca cederia seu amor por mim, pois sabia que se um dia tivesse que partir, teria que me matar primeiro.
     "Mas dessa vez", sussurei, enquanto terminava de juntar suas coisas e pegar o fosforo. "eu serei a ultima pessoa pra quem você partiu, pois dessa vez quem será sua morte sou eu."
     Acendi, joguei cuidadosamente e esperei o fogo se alastrar, por todo o apartamento, queimando consigo a unica esperança que eu tinha de fazê-lo mudar de ídeia. Assim parti, com um revolvér antigo no bolso e um pouco de grana, na busca do meu Valentino perdido.

sábado, 26 de março de 2011

Ao amigo que se matou e eu não conheci

    Não sei entender os suícidas, assim como não entendo as horas que parei pra pensar em desistir da minha vida.
    Não sei falar palavras que confortem aqueles que estavam proximos. Nem mesmo sei lidar com a perda, por mais longe que ela esteja de mim. Mas aqui estou, vivo. Ontem diante daquele imenso nada, olhei pra dentro e pra fora de mim, foi como ter um choque no ego. Estamos vivos, o quão isso é fino e especial.
    Eu vejo as pessoas falando sobre os mistérios da morte, mas para mim, a vida é tão misteriosa que a morte. Tudo se move, temos a chance de a cada dia nos reposicionar a respeito do que faz a nossa vida.
    Temos inimigos, amigos, uma cultura voltada para diversos meios, temos total liberdade, até mesmo de quebrar as regras, e até mesmo de tirarmos nossa própria vida. Temos as consequencias, a morte é o ultimo resultado. Não existe física na morte, calor, não existe som. A morte é um silêncio, e provocar esse silêncio atirando contra a própria vida é tão fraco como tentar matar os outros.
    Meus problemas sempre estão juntos, com minhas quedas, meus sentimentos de vazio. Mas amanhã eu posso acordar e descobrir que dentro de mim existe um alguém tão forte e bonito. Eu não tenho tempo para as futilidades da vida, quero apenas viver. Não existe suicidio mais para mim. Então, desculpe se por acaso isso é rude, mesmo que não conheça, ainda há sempre uma luz. Só que as vezes atravesar o tunel é muito mais díficil.
     Vá, em seu silêncio, para sempre.

domingo, 20 de março de 2011

Rígidez

   Eu tenho tentado de toda forma tomar controle de mim, mas sempre que eu vejo um pontinho de fogo eu tento fazer de tudo para que aquilo se torne uma explosão.
   Eu me tornei muito intenso, minha bipolaridade me dominou. Eu não sei mais sinceramente o que tem acontecido com tudo o que eu sinto, eu não sei quem eu sou. Toda noite tem que ser a melhor noite, todo amigo tem que ser o melhor amigo, todo rapaz tem que ser o rapaz que mudará minha vida.
    No fundo, perdi minhas ambições ao ponto de qualquer coisa se tornar um bom motivo para viver. Tenho partido o coração de algumas pessoas que podiam, em algum momento, terem me feito ser uma pessoa melhor.
     Eu preciso encontrar de novo, lá dentro, fora dessa bipolaridade, a razão, a linha, a certeza.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Cain

    Cain, irmão de Abel, era a ovelha negra da família. 
    Então, possuído por inveja do irmão, o matou. 
    Disse Deus: "Estás expulso do paraíso. Cain. Porém, quem tentares contra você será 7 vezes punido."
    E assim partiu Cain, o primeiro assassino da história.

Mente Vázia
Um corpo ao calor de 35º graus.
Um ônibus que não leva a lugar nenhum.
      Onibus parado, em um lugar que eu já fui antes. Olho adiante e vejo apenas rostos, vozes, mas não vejo nada além. Estou ali apenas por uma razão: Sexo. A adrenalina do desconhecido, os corpos em puro suor. 
      E assim espero, compro uma água. O garoto me olha, olha duas vezes, olha trés. Faz sinal com a mão. 
      Me aproximo, olhar para ele era como ver uma ovelha. Só carne. Carne, nervos. 
      "Olá Cain" Ele diz, com um sorriso. 
      O sol contra nossos rostos, andamos. Ruas estreitas, poeira batida nos parelepípedos formando o asfalto. Estava foda da minha área de conforto, e mesmo assim, entregue. Eu também sabia que naquele momento eu era também somente carne. Sem alma, mas não uma carne fria. Carne crua, quente, em vermelho sangue.
      Ele parecia ser legal. Em outra época, talvez, em outro destino. Mas não estava ali para ter impressões de personalidade, poderia ser ele ou qualquer um, talvez melhor, talvez pior. Estava ali para sentir de novo, mesmo que por segundos, o estalar da minha alma com qualquer semelhança que ainda me torna-se humano. 
     Chegamos, casa simples, grade enferrujada, uma sala que só possuia uma televisão, um computador velho, gnomos e lapis de cor pela mesa. Era bonito a forma que a sala simples era iluminada pelo teto sem forro, da mesma forma que tudo ali parecia estar um tanto em outro lugar.
     "Não parece mais Aracaju" comentei. Recordei um pouco da vida com meus avós, uma forma tranquila e sem nenhuma ambição. Os sonhos de amores futuros, empregos, de fama e diversão. 
      Seu quarto. Era nos fundos da casa, no segundo andar de uma escada torta e mal construida. Embaixo, um buteco, ou uma venda como é mais comum nesses bairros, a porta se abriu, um cheiro de alcool fuminante e familiar no lugar. Algumas várias garrafas vazias, o sol entrava por apenas uma janela de madeira fragil, colchões finos no chão. Realidade dura. 
       Conversamos, sobre a vida dele, sobre tudo, sobre nada. Não absorvia nada, atmosfera quente, quarto agora fechado. Senti sua boca passar em meus dedos, subindo pelo meu pesgoço. Estalos, coração abafando, o corpo dele foi se presionando ao meu, o volume entre suas pernas subindo, vagarosamente. Ficamos nús, sua boca quente, latejava em mim, seus braços comduziam o resto do meu corpo suavemente, eu sentia suas dobras fisicas, mas ao mesmo tempo era algo para mim. Era um momento que eu dei para mim mesmo.
     Eu o apertava forte contra meu corpo, enquanto ele gemia: "Continue Cain, continue". Suas pernas apoiadas em meus ombros, seu rosto desenhava emoções entre dor, prazer e vício. Ele não durou muito. 4 minutos de sexo e já estava gozando.
     Eu permanecia, ele não aquentava mais. Me forçei a gozar rapido também, como se abrisse as asas a muito tempo dobradas. As janelas se abriram, ele saiu do quarto. O sol me tocava, leve, ao meu corpo nu. 
      Ele voltou, insistiu para que ficasse. Mas eu já estava liberto. Não era emoção, não era carência mais. 
      Fui indo para porta, enquanto ele falava: "Cain, lindo como o anjo."
      Ele nunca vai saber meu nome verdadeiro.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Eu não quero estar com você.

    Me dói, dói. Mas tenho que saber por quem me apaixonar. Está na hora de controlar meu coração, está na hora de saber distinguir o amor de uma necessidade de se sentir acompanhado. Sabe, é engraçado ver que eu sou incrivel de ter "ficado" com várias pessoas, mas dentro está quebradiço.
   O amor venha, o amor saia. "É melhor amar e ter perdido do que nunca ter amado.".

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Confiança

   Ele dormia pensando em seus amores imaginários, ele criava um personagem, o amava, o fazia, o protegia. Ele decidiu arriscar, ainda mantia seu amor-personagem consigo. Conheceu seu primeiro, e o manteve por tempo entre conversas a distancia, troca de e-mails e auto-firmação. E assim se foi, conheceram-se, ele em primeiro lugar, se encantou, o outro, detestou, e se foi. No outro dia, ele acordou e leu: Parti para viver.
   Ele ficou, parado entre o medo de arriscar de novo e o gosto de se dar auto valor. Garotos, tão desejaveis, ele conheceu o sexo, ele gostou e percebeu que os outros deviam vim para apenas mostrar o quando ele mesmo tinha valor para si.
   Ele não sabe fazer frases de impacto, mas conhece várias formas de impactar. Descobriu como usar seu sorrisso, mas não entregar sua alegria. Ele se tornou egoísta de sua felicidade. Ele se estabacou várias vezes, até hoje se vê quebrado as vezes, mas ele descobriu o quão bom e ruim é ser tão anormal.
  Ele agora corre, sorri, chora, ele vive. E o que mais? Ele descobriu que seu primeiro era um idiota, matou seu amor imaginário, ele descobriu seu próprio corpo e a ser apaixonado por si mesmo.
  E agora, ele sabe como ninguém como se reconhecer na frente do espelho. Ele é quem é, e adora isso.

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