Mãe, eu não acredito mais em Deus.
Na verdade, eu deixei de falar com Ele muito antes de realmente virar um descrente.
E eu sei que, a cada dia, Ele ainda acredita mais em mais em mim.
Mãe, Deus chora? Ele choraria pelo que eu já fiz? Ou ele apenas olha para os pobres nas ruas e para os doentes no hospital?
Eu estava na rua, e era de noite. De noite, como sempre.
E eu subi as escadas e entrei em outra dimensão. As garotas vendem seu corpo, os rapazes se beijam e a bebida é servida em copos de plástico.
Você já se sentiu preso na sua dor de uma forma que até o inferno lhe parece familiar?
Eu saí, as escadas desciam sobre meu pé e só me perguntava. "Deus, se você consegue entender a mente de todos ao meu redor, porque eu não consigo entender a minha própria?"
Sentei por fim, no fim da calçada, debaixo da ultima arvore. E como pela primeira vez, eu dormi enquanto o sol nascia.
Acordei, sobre o clima urbano, os carros passavam e as pessoas se vestiam novamente dos seu ser de "aparência comum" e saiam.
Um garoto com crucifixo amarrado em punho, contra o sol que vai entrando em pico.
Involuntário. Seria Jesus?
Mãe, onde estaria Deus enquanto eu beijava o garoto com crucifixo em punho?
domingo, 25 de setembro de 2011
Cronicas de Recife
Postado por Bruno Martins Cabral às 15:14
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