O que falar, depois desses dias? Da solidão, dos dias frios, mesmo acompanhado. De ver você passar por mim e não ser mais quem você enxergaria. De por onde estive sem que ninguém soubesse, por onde eu estou me perdendo, dessa vez.
Eu parti em um taxi, e não era tão tarde. Estive com um dos meus. Era antigo, era gracioso porém eu já não era um dos dele. Ele se tornou quebravel, igual aos outros objetos que já narrei.
Será, Senhor, que algum deles ocupará o espaço ou terei que viver com esse vazio no peito? Ou será que eu me fechei para que ninguém mexa nessa brecha que ficou aberta? Os amigos ainda me restam, para não pensar mais naqueles que só tentam me afundar, e eles se tornam minha força, mesmo quando sei que eles podem se desmoronar.
E aqueles com quem estou quando ninguém sabe se tornam de certa formas peças, objetos que fazem sentido quando estão arrumados no lugar certo. Eu olho o céu estrelado desse que já não é mais o que poderia ser, em seu quarto escuro, e ele permanece a brilhar. As estrelas falsas brilham como verdadeiras e se tornam ainda mais especiais que as originais naquele momento.
Eu me pergunto se agora eu sou uma forma artificial de "pessoa", se eu ainda sinto as mesmas emoções de alguns anos atrás. Se estou perdendo as lembranças de como é sentir vivo por estar amando ou se sentindo amado. Eu posso fazer meus planos para fazer que gostem de mim, mesmo por uma noite, mas nada vai além disso. Nada. Tudo congelando entre mim e qualquer brasa em meu peito.
Mas algo muda, as vezes, como tudo na minha vida que muda quando parece que estou seguindo uma reta "normal" de regras, uma curva vem e eu sinto mudar de rumo, voluntariamente. Eu caminho com ele pela rua vazia, entrando em casas que não possuem nome, ruas que fazem círculos e falsas sensações de afeto pela noite. E quando ele diz que "não queria outra pessoa naquele momento", movido por também uma "involuntariedade" do momento, eu pareço vivo. Mas nada além do fato de estar em certo espaço, mas ainda longe. E ele não é ninguém, mas a força das palavras ainda existe para mim.
Pelo menos a força das palavras.
Será que você vai lembrar amanhã que disse para mim ou vou ter que guardar isso só na minha cabeça?
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Talvez um céu estrelado
Postado por Bruno Martins Cabral às 19:13
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