quinta-feira, 26 de maio de 2011

Eu sou uma infecção

      Erro, erro. Repito mil vezes. Erro. Como se eu fosse uma parte do seu jogo que não era pra estar alí. Como se eu fosse um inseto comendo seu cérebro. Eu repito mil vezes, mais mil, antes que a dor acabe. Meus olhos chegam a sangrar, nesse momento nem mesmo sinto meu corpo se mover. Erro.
      Eu ando pelas ruas, elas permanecem vazias. Você só observa, eu sou um erro no seu plano. Você assiste com horror eu destruir toda e qualquer possibilidade do seu sucesso.
      "I am a infection ,I am a disease, there is nothing you can do to stop me."
       Entenda, eu sou uma infecção. Eu sou tudo aquilo que te corrói. Sou uma bactéria. Eu pareço doente?
        Alarmes de incêndio, tudo pela casa voa. Como se mata alguém por dentro?
        "Coma-lhe os orgãos, mate sua alma"
         Olhos negros, escorrem pelo chão imundo. Luz fraca, cordas amarradas entre nós. Por que está chorando?
 

domingo, 22 de maio de 2011

De novo você

    Por que de novo eu estou tentando matar você?
    De novo, de novo, diferente. Eu e você ali pertos, olhando você de longe, respirando você de longe. Desejando que tudo na minha vida seja diferente.
    Um copo de Vodka, alguns passos, passar por você, encarar você. Você lembra de mim? E não existe resposta, não existe nada dentro de você que diga que existo para você.
   Você está onde você mesmo disse que eu nunca seria bem vindo. E eu também estou lá, mas estou no topo, em cima de um palco, fazendo aquilo que você até tentou impedir que eu fizesse. E eu, realizando meus sonhos, mas desejando que você estivesse aqui, para me abraçar quando meu show acabasse e dizesse "você foi incrivel, meu garotão".
     Possibilidades Infames. Eu deixei você por um mundo de sexo, alcool, para me encontrar, e tudo que eu consegui foi perder você. Você nunca olharia pra mim, porque eu sei que pelo que fiz, nem eu olharia para mim mesmo. E o que eu faço quando eu olho para você e me vejo? E o que fazer quando beijo todos os garotos e garotas da festa e só tento fugir, correr, chamar sua atenção, me atirar em um suicídio emocional?
    O fato é que você se perdeu, em sua pureza, em tudo que eu achava bonito. Agora você fica e beija caras, quando eu fui o primeiro a te beijar. Agora você descobriu que é um homem, você e eu crescemos, separados, como duas flores da mesma espécie que vivem em jardins diferentes, e para ficarmos juntos, só arrancando fora nossas raizes.
     Eu supero você todos os dias da minha vida, quando eu acordo, eu te mato dentro de mim, mas quantas vezes te matar e te ver na minha frente? Eu não posso mais ficar em depressão, eu não quero voltar para as noites chorando sozinho, ou tentar de toda a forma acabar comigo. Eu e você somos agora impuros, somos fortes, e eu estarei sempre lá no topo, onde eu lutei para estar, mas desejando estar com você lá embaixo.

sábado, 21 de maio de 2011

    Eu olho, entre olhos e tentativa, por amenas seu olhar. Por quanto tempo respirar você: Adorar você enquanto eu me vejo com outros caras pra tentar encontrar você. E minhas lágrimas só surgem quando meu show acaba. Eu não sei em que colocação no ranking da sua vida eu estou... Eu te machuquei, eu me machquei, eu peguei uma faca e me espatifei em mil pedaços, sem mesmo eu notar. Eu busquei sonhar com tudo, e percebi que o tudo é nada.
   Olhe pra mim, me encare, diga no meu rosto que acabou. É duro terminar comigo? como é estragar a minha vida? VocÊ diz, olha pra mim, me respora como quem diz que supera. Eu quero superar, eu quero vivercoo vc, sempre olhando o suficiente do poder de estar bem. Eu quero estar bem

sábado, 14 de maio de 2011

Pela falta de sono

    Eu quero ser sua ultima lembrança.
     Um banheiro escuro, em um metrô na madrugada. 
     De quem é esse sangue, no fim de todas as coisas que aconteceram até aqui? Um estalo entre as anotações do meu cerébro e as pinxações por entre as portas. "Por que não tive coragem? Por que não tenho coragem?"
    Garotos na rua, trafico de corpos. Eu não serei vendido essa noite.
    Parta-me enquanto estou intacto, enquanto eu continuo buscando os restos de um apartamento queimado.
    "Levante-se, pela ultima vez." Não adianta estar vivo com um coração em pedra por dentro.
    "Ele não falará com você, sua voz é o sopro para o seu fim." Estou eu correndo pra minha destruição?
    "Todos aqueles que eu amei" - Você nesse ponto diz: "Eu os amei." Vale o amor o preço de uma vida?

    Estão mortos.
Eu estou morto?
Dentro de mim, dentro de você. O que te faz andar?
    Se existir o mínimo, para mim, fugir de um cotidiano armado, pela estrada cinza, pelo suor do corpo. Eu atrás de você, mas não por você, mas não por mim, apenas pela incapacidade do destino de nos unir.
Meu amável serial killer. 

   

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Valentino Perdido

   "Todos os que eu já amei estão mortos agora, alguns eu mesmo tive que matar."
    E foi somente isso que ele disse pra mim, e partiu pela porta. Era algo forte, o impulso de correr por aquelas escadas e impedir que de novo ele fugisse da minha vida. Mas a verdade é que, teoricamente falando, minhas próprias mãos estão sujas do sentimento dos outros.
    Psicopata sentimental, eu diria, enquanto mais uma vez sentava diante do celular, mas dessa vez era diferente. As roupas dele espalhadas pelo dessarumar da sala, todas as poucas palavras que foram ditas na noite passada.
   Ele por fora, vivo e quente, mas por dentro estava trancado. A chave eu nunca vi, mas nem mesmo ele pode dizer que não a procurei.
   "Se você me deixar agora, eu juro..." soluçei, perdendo de novo a estabilidade emocional. "Eu juro que serei mais um, mesmo que você nunca tenha me amado de verdade, mas eu serei mais um dos mortos que você deverá levar consigo em lembranças."
     A mão tremula, segurando cada lembrança. Sim, haviamos sorrido, e eu o via enquanto o mundo girava através da minha mente, o via tão humano e ao mesmo tempo tão não-ser.
     Juntei suas coisas, dessa vez eu sabia, ele nunca cederia seu amor por mim, pois sabia que se um dia tivesse que partir, teria que me matar primeiro.
     "Mas dessa vez", sussurei, enquanto terminava de juntar suas coisas e pegar o fosforo. "eu serei a ultima pessoa pra quem você partiu, pois dessa vez quem será sua morte sou eu."
     Acendi, joguei cuidadosamente e esperei o fogo se alastrar, por todo o apartamento, queimando consigo a unica esperança que eu tinha de fazê-lo mudar de ídeia. Assim parti, com um revolvér antigo no bolso e um pouco de grana, na busca do meu Valentino perdido.

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