Versos improvisados voando por um parque de diversões vazio. Eu sou mais um desses que fica aqui quando toda a diversão já acaba.
O palhaço sem a mascara, que já não tem graça. Ninguém vem visitar o palhaço depois que o show acaba, todos adoram o palhaço, niguém gosta do palhaço.
Mãe, pai, todos já se calaram, cabelos presos, eu não preciso de seu amor.
Olhando pelas ruas da janela desse trailler arrombado, fumaça vindo das chaminés que nunca param, a cidade é um grande picadeiro. A mulher vem puxando seu filho pela rua, enquanto anda com medo do frio sinistro que circunda o local.
O velho bebêdo cái na rua, o bom banqueiro passa e vira a cara. "Oh, o bebêdo. Oh o banqueiro".
Um grito forte, sangue de quem não se sabe. Eu sou apenas um palhaço.
Deixe-me rir da tragédia lá fora.
O homem corre com a vaga na mão e pergunta: "Onde devo ir?"
"Onde quer ir bom homem?"
"Qualquer lugar que me salve."
"Vá por ali."
Sem olhar, o homem corre. O polícial barrigudo chega.
"Olá bom palhaço, o que faz a essa hora na rua?"
"Nada" Sorri o bom palhaço "Nada, defensor da lei"
"Apenas tome cuidado, um mániaco pecorre essas ruas"
Um grito no ar. Um homem que corria por uma rua que dava para um desfiladeiro acaba de tropeçar e cair, o que lhe resta é a cabeça aberta.