sexta-feira, 22 de julho de 2011

O palhaço entediado.

Quando a chuva para de cair, e tudo que resta é o frio e o barulho da cidade acessa,
eu me sinto novo, um velho novo, um conceito que ainda não foi definido
Quando o que resta é um dia em vão, no correr de quem já não tem pressa,
me vejo ressurgir, me vejo pronto para tudo que vem de dentro.

E eu sei que é pessimo sair sem saber como voltar,
mas sei que partir é a unica forma de continuar, 
sem mais noite em claro, sem saber como será,

Procurando realidade no plastico,
procurando movimento no estático,
eu vou além, não espere por mim
uma cadeira na mesa vazia
o som do sol ao meio dia,
eu quero voar pra fora de mim.



     Versos improvisados voando por um parque de diversões vazio. Eu sou mais um desses que fica aqui quando toda a diversão já acaba.
     O palhaço sem a mascara, que já não tem graça. Ninguém vem visitar o palhaço depois que o show acaba, todos adoram o palhaço, niguém gosta do palhaço.
    Mãe, pai, todos já se calaram, cabelos presos, eu não preciso de seu amor.
     Olhando pelas ruas da janela desse trailler arrombado, fumaça vindo das chaminés que nunca param, a cidade é um grande picadeiro. A mulher vem puxando seu filho pela rua, enquanto anda com medo do frio sinistro que circunda o local.
     O velho bebêdo cái na rua, o bom banqueiro passa e vira a cara. "Oh, o bebêdo. Oh o banqueiro".
     Um grito forte, sangue de quem não se sabe. Eu sou apenas um palhaço.
      Deixe-me rir da tragédia lá fora.
      O homem corre com a vaga na mão e pergunta: "Onde devo ir?"
      "Onde quer ir bom homem?"
     "Qualquer lugar que me salve."
      "Vá por ali."
     Sem olhar, o homem corre. O polícial barrigudo chega.
     "Olá bom palhaço, o que faz a essa hora na rua?"
     "Nada" Sorri o bom palhaço "Nada, defensor da lei"
     "Apenas tome cuidado, um mániaco pecorre essas ruas"
     Um grito no ar. Um homem que corria por uma rua que dava para um desfiladeiro acaba de tropeçar e cair, o que lhe resta é a cabeça aberta.
     "Ops"

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Em seu nome

     O tempo corre na minha cabeça. As cicatrizes que não se apagam, os medos que só me levam pra beira, o silêncio da noite. Os amigos que toda hora morrem entre as linhas que o destino escreve.
     Hoje eu não sei se queria saber meu nome tão bem, e nem mesmo os pesos das coisas que fiz por onde passei. Pelas pessoas que conheci, as que preferem nem mesmo lembrar meu nome e o sublime nada que vem da noite, junto com seu silêncio.
     Barulho, e ver o suor dos corpos pegando fogo por dentro. Hoje eu sei o que desejar e ter, só perdendo pelo então saber do que é ter e perder. Se eu desejo e tenho, tenho e perco.
    E mesmo que ele diz "eu poderia ficar aqui para sempre.", eu sei que o sempre termina quando ele estiver sóbrio. Mesmo que ele fala o quando me adora, e de como as coisas aconteceram até aqui, por mais que fique o gosto, o toque, acaba até o ponto que dizemos "até, logo." um para o outro.
     É ser forte tentar continuar e fugir dessas tentativas fixas de não saber mais o certo que destino quer dar para as próprias emoções? Talvez. Faz tempo que não consigo entender isso, se no fim eu realmente estou preparado para recomeçar os laços entre mim e quem seja, ou se tudo que me resta é ficar velho e continuar agindo como se nada mudasse.
     Eu penso em mim, em mim, em mim. Como não pensar? Em mim como minhas coisas, como o que eu quero. Eu devia sim agora me preparar para querer sempre mais, em vez de me prender ao que não dura, ao que me escorrega das mãos.
       Fica na memória eu e você, o mar enquanto amanhece, o frio na sua tentativa de me aquecer, e sua voz que não diz nada e absolutamente tudo.

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